O mesmo silêncio que demonstra sabedoria é o que pode agredir numa relação. A mesma palavra que encanta e ensina é a que fere. O mesmo empreendedorismo que constrói realidades é o que deixa pessoas machucadas pelo caminho. Enfim. É como se fosse uma espécie de árvore da experiência do bem e do mal; as duas realidades sempre presentes. Esse é o paradoxo de ser humano, nossa cisão, nosso conflito, nossa essência. Ao que o apóstolo Paulo declarou sobre si mesmo "miserável homem que sou" e perguntou retoricamente "quem me livrará disso". Sua resposta foi a de que "não há mais condenação" e o que sobra é aquela luta constante entre o Espírito e nossa natureza humana caída. Ora um vence, ora outro. Ora geramos vida, ora morte. E convivemos com as pessoas que ao nosso redor são como nós, nos amam e nos ferem através das mesmas capacidades. Então, nos resta a tolerância e solidariedade. Hei de tolerar mais a mim mesmo e ao outro, simplesmente porque somos todos iguais e o que nos distingue, no final das contas, é apenas que cada um tem um jeito peculiar de revelar seu conflito interior.
(Alexandre Robles )
(Alexandre Robles )
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